sábado, 16 de outubro de 2010

Ver e rever Conrado...


Enfim, voltando!
Tanto trabalho, muita coisa boa, algumas ruins, enfim o tal movimento da vida.
Vou atualizando aos poucos.
Volto com o serviço da exposição dos croquis e ilustrações do Conrado Segreto lá na Galeria Mezanino e daqui a pouco escarafuncho o por quê.

sábado, 11 de julho de 2009

Recebendo Cacilda...

Acabando de completar 42 anos, recebo um convite para um novo trabalho que reacende uma paixão (Cacilda), marca um reencontro (Teatro Oficina) e me faz reavaliar o post anterior (processo dos Os Troianos no FAO) e ser mais justo comigo.
Na nova Cacilda!!, do Grupo Uzyna Uzona, o texto trata justamente do período em que Cacilda Becker chega ao Rio, ainda adolescente, vinda de Santos e abraça o teatro, ainda amador e vai destrinchando sua carreira e seus encontros até encontrar Sérgio Cardoso (um adolescente quase, fazendo Hamlet), muita história do Teatro Brasileiro retratada na experiência que vai acumulando Cacilda em cada companhia de teatro por que passa (encontro com Bibi, os comediantes, Ziembinski, Grande Othelo...) e no meio disso tudo a crise.
Crise que atinge o ator, cenógrafo, figurinista, iluminador, diretor, qualquer artista em início de carreira e em vários momentos dela por mais bem sucedida que seja: Até que ponto sacrificar o trabalho artístico em função do das condições econômicas vale a pena?
É preciso por uma questão de sobrevivência, mas fica sempre um travo de fracasso arranhando a garganta quando vc abre mão de um projeto ou de sua carreira prá sobreviver... Cacilda vira caixa de banco numa passagem hilária de sua vida e da peça, muito humor na nova montagem, a insegurança e o risco permeiam qualquer carreira, mas é muito delicado prá essa gente "esquisita" que é essa gente de teatro e das artes, eu poderia trabalhar em coisa muito mais seguras que a área que abracei prá me realizar, mas o figurino entrou na minha vida pelo sangue no primeiro corte de estilete fazendo moldes... é pouca história profissional como figurinista, só 10 anos diante dos 42 que completei, mas hoje é o que sou, há dez anos atrás matei o Polonio (não posso entregar o que é um Polonio na vida.. mas temos muitos...rs) que me fez mudar de rumo muitas vezes e entre altos e baixos venho sendo feliz.
Em seguida prometo um post mais honesto e menos crítico comigo mesmo (sim, sou meu maior crítico e não perdôo em mim nem os erros dos outros) e bem completo sobre o processo dos Troianos que foi lindo, muito rico, mais rápido do que eu queria e teve o tamanho que foi possível ter.
Meu diretor Caetano Vilela têm posts lindos sobre o processo, vale ler o Viralata também.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fim de festa



Vou confessar o bloqueio de falar de Troianos e do final do Festival, precisei de duas semanas de colo no interior para limpar a frustração, repensar forma de trabalho e encarar o bicho de frente e recomeçar.

Foi muito rico, desgastante, absolutamente desafiador, na crise da criação veio o medo de não conseguir pela primeira vez terminar um trabalho.

Claro que não passei essas angústias para o meu diretor ou para minha mestra da costura e amiga Ju, esses os ouvintes mais próximos junto com o Renato e a Vivi no cenário.

Implodi todo o desgaste prá tentar ter o melhor resultado e vesti o Olintho Tranquilo que acredita que tudo vai dar certo e acabou dando.

Graças a Deus e uma equipe fantástica em Manaus que cientes da nossa responsabilidade vestiram a camisa e deram seu melhor, a Ju no corte, o apoio da Ciene na produção, a Ellen com as camareiras e acesssórios, o Chiquinho nos adereços, Marçal comandando as meninas e as meninas: Dna. Lu, Edineuza, Mirlene, Sonja, Luila e a minha Cris que mesmo ressentidas da falta de Mariane e com todos os problemas que estavam enfrentando, pessoais e profissionais como as novas regras da secretaria, fizeram o seu melhor e conseguimos ter se não o figurino que eu sonhei, algo bem próximo.
Esse vai prá finalizar a história e agradecer os parceiros pela compreensão e dedicação. Evoé e vamos correr pro próximo...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Apollon

Estreiou ontem no XIII FAO, o ballet Apollon Musagète, meu primeiro trabalho com o CDA fora das óperas, o ensaio a que assisti prometia, louco prá voltar a Manaus e conferir o resultado no dia 10. Copio abaixo o texto do Caetano que saiu no programa:

APOLLON MUSAGÈTE

Imaginem o nascimento de um deus que ao ser visitado pelas Musas da Dança, Poesia e Teatro não consegue mais viver sozinho e descobre nelas o motivo para viver. Este é centro do conflito deste “Apolo, condutor das Musas” que Stravinsky defende com uma forte influência do Barroco e da musica francesa do século XVIII.

Sua estréia mundial foi coroada de nomes como o do coreógrafo George Balanchine e figurinos de Coco Chanel numa época em que o clássico e o neoclássico predominavam nos estilos das companhias de dança.

Nesta nova montagem apresento uma versão menos ‘clássica e mais moderna’ para a Companhia de Dança do Amazonas, explorando as diferentes qualidades de movimento dos bailarinos e toda a sua teatralidade. Multiplico ‘apolos e musas’ para provar que ninguém consegue viver sem um pouco de Arte na vida.

No mesmo caminho já apresentamos aqui no FAO um bem sucedido “Pierrot Lunaire” - também com a OCA – este “Apolon” é mais um passo no aprimoramento desta linguagem e na solidez dos corpos estáveis do Teatro Amazonas.

Caetano Vilela

Direção Cênica, Concepção e Iluminação

No figurino nada de Chanel agora... tenho apolos e musas contemporâneas trabalhadas nas primárias de Mondrian, muito corte enviesado, nada de túnicas retas e nos apolos o trabalho de elásticos costurados que amo desde o Oficina

sábado, 2 de maio de 2009

Cá estamos!




Tentei escrever de Manaus, prá contar sobre o processo da criação da ópera de abertura do XIII Festival Amazonas de Ópera, Sansão e Dalila, projeto grande, trabalhado com muita antecedência, com a direção de Emílio Sagi, a luz do Caetano Vilela, a cenografia do Leonardo Ceolin e do Carlos Pedreanez e interpretando Sansão e Dalila: Michael Hendrick e Nancy Fabiola Herrera.

Processo rico desde o convite, acredito que dos mais precisos e prazerosos que já trabalhei até hoje, claro que tivemos vários problemas, prazo apertadíssimo, necessidade de custo baixo, mas tudo isso já foi bem descrito pelo Caetano Vilela no blog dele, O Viralata, do qual sou fã confesso, vale a leitura e eu no descanso de 06 dias em São Paulo até pegar de vez nos Os Troianos, com estréia prevista para 24/05 e vou deixar aqui algumas fotos de momentos preciosos prá mim nessa história toda.


Confirmações de amizade, ínicio de outras, reconhecimento profissional, enfim, um dia a maturidade chega e se instala, valeu cada minuto, cada palavra, cada revés...


Começo agora a bater tambor por Enéas Xangô e que se apresente lindo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Então é França no Brasil...

Vai começar no dia 21 de abril a comemoração oficial do Ano França-Brasil.
Entre os projetos chancelados na comemoração está o Festival Amazonas de Ópera com toda programação voltada para os clássicos e óperas francesas e é para onde embarco domingo agora.
Vou fazer os figurinos de 02 óperas: Sansão e Dalila com direção do grande Emilio Sagi e Les Troyens com direção do meu querido Caetano Vilela, claro que vou ter posts só destes trabalhos e acho mais legal apresentá-los em andamento, então logo mais, diários de Manaus...

Neste ano de muita França no Brasil quase morro com a iniciativa da Fundação Faap que vai trazer a exposição "Christian Lacroix Costumier", gerada no Centre National du Costume de Scéne em que o mesmo é presidente e curador de algumas mostras incríveis já apresentadas pelo Centro, vi fotos de uma só de uniformes e outra só de figurinos de animais em todas suas expressões. O Centro foi formado com os acervos das grande casas de ópera e teatro da França e guarda tanto os figurinos quanto a cenografia destes espaços... Sonho dos sonhos!!!
Voltando... a exposição é simplesmente a apresentação de parte do acervo de figurinos e croquis do Centro que levam a assinatura de Christian Lacroix.
Muito antes de se tornar o estilista renomado e bem famoso no mundo da alta costura, ele já incursionava pelas coxias fazendo figurinos para ballets, óperas, peças e shows. Vamos ter a oportunidade de ver uma geral desse lado de Lacroix logo mais em agosto na Faap, fala se em mais de 700 peças. Do Lacroix todo mundo conhece muito ou um pouco sobre seu estilo couture, rico em texturas e cores ele vai reiventando as formas em patchworks de tecidos, estampas e vai juntando tudo com fitas, pedrarias, bordados, franzidos e babados, beirando o exagero, mas com muito bom gosto
No site do Ministério da Cultura já têm o info com tudo sobre a exposição. O catálogo/livro é lindo, por enquanto só se encontra o importado, muitos croqui e fotos de montagens...
Eu amo o trabalho do Lacroix, mas vou confessar agora meu amor por uma francesa bem clássica que têm das ilustrações mais lindas que já vi para figurinos e um estilo limpo e extremamente criativo que morro de vontade de conhecer, seu nome é Pascale Bordet, a moça já fez trabalhos para teatro, cinema e televisão francesa e têm um atelier que se chama Domo Costumes que pelas fotos é um lugarzinho dos sonhos, trabalhando sempre de branco (a cor dos mestres da alta costura francesa, como os jalecos dos doutores), Pascale atende toda classe teatral francesa, vale conferir o trabalho, saiu no finzinho do ano, esse livro lindo com reproduçõs de croquis e fotos de Pascale e de seus trabalhos, "La Magie Du Costume" e é bom para profissionais e estudantes sempre carentes de boas publicações na área dos figurinos.

quarta-feira, 25 de março de 2009

É hoje!


Se Joga:
Ópera: "La Voix Humaine/A Voz Humana" de Poulenc, libreto Cocteau
Regência: Abel Rocha
Direção Cênica, Concepção e Iluminação: Caetano Vilela
Cenários: Chris Aizner
Figurino: Olintho Malaquias
Fotos: Jefferson Pancieri

Teatro S.Pedro, dias 25, 27 e 29 de março
Fone: 11-3667.0499