sábado, 11 de julho de 2009

Recebendo Cacilda...

Acabando de completar 42 anos, recebo um convite para um novo trabalho que reacende uma paixão (Cacilda), marca um reencontro (Teatro Oficina) e me faz reavaliar o post anterior (processo dos Os Troianos no FAO) e ser mais justo comigo.
Na nova Cacilda!!, do Grupo Uzyna Uzona, o texto trata justamente do período em que Cacilda Becker chega ao Rio, ainda adolescente, vinda de Santos e abraça o teatro, ainda amador e vai destrinchando sua carreira e seus encontros até encontrar Sérgio Cardoso (um adolescente quase, fazendo Hamlet), muita história do Teatro Brasileiro retratada na experiência que vai acumulando Cacilda em cada companhia de teatro por que passa (encontro com Bibi, os comediantes, Ziembinski, Grande Othelo...) e no meio disso tudo a crise.
Crise que atinge o ator, cenógrafo, figurinista, iluminador, diretor, qualquer artista em início de carreira e em vários momentos dela por mais bem sucedida que seja: Até que ponto sacrificar o trabalho artístico em função do das condições econômicas vale a pena?
É preciso por uma questão de sobrevivência, mas fica sempre um travo de fracasso arranhando a garganta quando vc abre mão de um projeto ou de sua carreira prá sobreviver... Cacilda vira caixa de banco numa passagem hilária de sua vida e da peça, muito humor na nova montagem, a insegurança e o risco permeiam qualquer carreira, mas é muito delicado prá essa gente "esquisita" que é essa gente de teatro e das artes, eu poderia trabalhar em coisa muito mais seguras que a área que abracei prá me realizar, mas o figurino entrou na minha vida pelo sangue no primeiro corte de estilete fazendo moldes... é pouca história profissional como figurinista, só 10 anos diante dos 42 que completei, mas hoje é o que sou, há dez anos atrás matei o Polonio (não posso entregar o que é um Polonio na vida.. mas temos muitos...rs) que me fez mudar de rumo muitas vezes e entre altos e baixos venho sendo feliz.
Em seguida prometo um post mais honesto e menos crítico comigo mesmo (sim, sou meu maior crítico e não perdôo em mim nem os erros dos outros) e bem completo sobre o processo dos Troianos que foi lindo, muito rico, mais rápido do que eu queria e teve o tamanho que foi possível ter.
Meu diretor Caetano Vilela têm posts lindos sobre o processo, vale ler o Viralata também.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fim de festa



Vou confessar o bloqueio de falar de Troianos e do final do Festival, precisei de duas semanas de colo no interior para limpar a frustração, repensar forma de trabalho e encarar o bicho de frente e recomeçar.

Foi muito rico, desgastante, absolutamente desafiador, na crise da criação veio o medo de não conseguir pela primeira vez terminar um trabalho.

Claro que não passei essas angústias para o meu diretor ou para minha mestra da costura e amiga Ju, esses os ouvintes mais próximos junto com o Renato e a Vivi no cenário.

Implodi todo o desgaste prá tentar ter o melhor resultado e vesti o Olintho Tranquilo que acredita que tudo vai dar certo e acabou dando.

Graças a Deus e uma equipe fantástica em Manaus que cientes da nossa responsabilidade vestiram a camisa e deram seu melhor, a Ju no corte, o apoio da Ciene na produção, a Ellen com as camareiras e acesssórios, o Chiquinho nos adereços, Marçal comandando as meninas e as meninas: Dna. Lu, Edineuza, Mirlene, Sonja, Luila e a minha Cris que mesmo ressentidas da falta de Mariane e com todos os problemas que estavam enfrentando, pessoais e profissionais como as novas regras da secretaria, fizeram o seu melhor e conseguimos ter se não o figurino que eu sonhei, algo bem próximo.
Esse vai prá finalizar a história e agradecer os parceiros pela compreensão e dedicação. Evoé e vamos correr pro próximo...