E voltamos em cartaz com A Voz Humana, tragédia lírica em um ato, com música de Francis Poulenc e libreto do Jean Cocteau, interpretando A Mulher temos Céline Imbert, dirigindo a Banda Sinfônica está o maestro Abel Rocha, no cenário meu querido Chris Aizner e a concepção e direção é do Caetano Vilela que transformou A Mulher numa cantora de cabaré que interpreta canções de Edith Piaf antes do início da sua angustiante espera pelo telefonema desse seu amado.
Como diz Caetano "mesmo vivendo no século da comunicação digital, estamos ainda solitários à espera de um simples, Eu te amo!"
No figurino revi toda Chanel e casei com Schiaparelli para criar o vestido de noite, a camisola-vestido e o robe com que ela passa grande parte do tempo falando ao telefone com ele.
As duas eram contemporâneas e amigas de Cocteau e encontrei inclusive um lindo vestido de Schiaparelli que tinha bordados feitos sobre ilustrações dele que já apontavam o surrealismo na moda que Elsa Schiaparelli abraçou com propriedade, o período é muito rico nas referências artísticas, tínhamos Picasso, Dali e Modigliani nas artes que dialogavam diretamente com a moda, o teatro e a música.
O cenário em branco, quarto/camarim criado pelo Chris amplia a sensação do vazio que a personagem transmite durante o espetáculo e optei pelo frio e sombrio nas cores do figurino, começamos em preto com forro azul celeste no vestido, passamos ao chumbo com bordado metálico no robe e terminamos no azul noite com preto na camisola. Acho adequado, suficientemente elegante e sombrio e ajuda a externar o que vai na alma dessa mulher.
2023 em números
Há 10 meses
e deu antes é?! kkkkkkkk
ResponderExcluirbj